Já era hora desta mudança: o mundo está muito rápido e não há mais motivo de se esperar os habituais seis meses para encontrar a coleção do desfile na loja. Em
pensar que em um passado não distante, eu esperava por volta de um mês, após uma
temporada de desfiles acabar, para ir à banca e comprar uma revista com compilação do melhor da estação. Hoje assisto a muitos desfiles on-line e em
tempo real. Repensar esta estrutura de apresentação e comercialização se torna necessário, pois, grandes marcas, que possuem lojas em diferentes hemisférios, lidam com diferentes estações simultaneamente.
Pois bem, vamos às notícias.
A Burberry acaba de anunciar uma grande mudança: a partir da
temporada de Verão 2017 internacional (em setembro), a marca vai substituir
seus quatro desfiles anuais por apenas dois, juntando suas linhas feminina e
masculina, além de decretar o fim das estações. Ou seja, o modelo atual possui um desfile único de verão e ouro de inverno, para a linha feminina e masculina, totalizando quatro por ano. Já o novo, é composto por um desfile com ambas as linhas, a cada seis meses.
Com isso, todas as peças desfiladas já estarão disponíveis, no mesmo dia, tanto nas lojas físicas quanto no e-commerce, reposicionando a marca Burberry no mercado atual, em que a maioria dos consumidores não está ciente do timing da
indústria, não enxergando a espera pelos produtos como algo empolgante. Nas palavras de Christopher Bailey, CEO e Diretor Criativo da marca: “Você
cria toda essa energia em torno do desfile, daí ele acaba e você diz:(sic) agora
esqueça porque ele não estará nas lojas nos próximos seis meses”,
Além da Burberry, Tom Ford, referindo-se à própria marca, disse em entrevista ao WWD que pretende juntar as linhas masculinas
e femininas, e que em vez de apresentar sua coleção de Inverno 2016/17 este
mês, transferiu o evento para setembro.
Os idealizadores da semana de moda Nova York também consideram mudar totalmente o
calendário do evento, apresentando a coleção de inverno e verão em suas próprias estações, alegando que
o sistema que o sistema atual está falido.
Antes, a imprensa e os grandes comerciantes viam em primeira mão as novidades, a fim de programar suas
estratégias. Hoje, com as transmissões em tempo real, as coleções logo deixam
de ser novidade e é difícil traduzir o buzz de um desfile em vendas e lucros.
Vejamos o que será do mercado com estas mudanças.
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